BOLETIM ECOSYS


Volume 2, Edição 6 Extra Últimas Notícias 28 de Janeiro de 1999


Governo repete o Cruzado: Indexação à vista

Aumento dos Combustíveis acelera remarcação de preços

 

O governo acha que o aumento dos combustíveis é necessário por causa do aumento da carga tributária do PIS/Cofins. Apesar de fontes do governo informarem que o aumento será minímo - tendo sido retirada da base de cálculo o ICMS - a decisão é autorizar a alteração dos preços. Segundo a Petrobrás a Parcela de Preço Específico (PPE), espécie de colchão amortecedor que faz parte da formação de preço dos derivados nas refinarias., é capaz de absorver a desvalorização do real. A PPE vinha apresentando, nos últimos meses, superávit de R$ 500 milhões, referente à diferença entre o preço cobrado pela Petrobras no mercado interno e a queda do preço internacional do petróleo. Caso a cotação do dolar se mantenha no patamar de R$ 1,80, o resultado da absorção desse impacto pela PPE é que a conta agora superavitária ficará zerada já a partir de fevereiro. Este dinheiro, que reforça o fluxo de caixa da Petrobras, estava sendo utilizado também para reforçar o caixa do Tesouro. No programa de ajuste fiscal, o governo previu arrecadar R$ 4,9 bilhões com a PPE em menos de um ano.
O impasse no governo agora é escolher entre uma menor arrecadação fiscal e o aumento dos combustíveis, que puxaria reajustes em diversos setores da economia e elevaria significativamente a inflação.

 

Camâra aprova limitação dos gastos com pessoal
 

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta (27) à noite o projeto de lei que limita em 60% da receita os gastos dos Estados e municípios com o pagamento de pessoal. Foram 301 votos a favor, 27 contra e duas abstenções. . O projeto altera a Lei Rita Camata e estabelece punições para os estados e municípios que não adequarem seus gastos com pessoal até meados do ano 2001.
Segundo o projeto, os governadores e prefeitos têm um ano, a partir da aprovação da proposta, para reduzir em dois terços o excesso de gastos com pessoal. Nos doze meses seguintes, as folhas de pagamento dos servidores dos estados e municípios têm de estar limitadas a 60% de suas receitas líquidas. Os governadores e prefeitos que não cumprirem a lei não terão direito ao repasse de verbas do governo federal do Fundo de Participação dos Estados, além de não poderem pedir emprestado recursos junto a instituições financeiras federais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Os governadores e prefeitos terão de demitir, pelo menos, 20% dos ocupantes dos cargos em comissão e funções de confiança. Depois, serão demitidos os servidores que não têm estabilidade no emprego e, por último, os os servidores estáveis .

 
 
INDICADORES-27/1 Compra Venda
US$ LIVRE
1,88 
1,90
US$ TURISMO
1,64
1,85
US$ Paralelo
1,75
1,95
IBOVESPA
+0,55%
 
IBV-RJ
+0,81%
 
 

Dólar fecha o dia com nova alta, de 3,8%

No fim do dia 27, o dólar comercial fechou sendo negociado a R$ 1,91, o que representa uma alta de 3,8% em relação ao fechamento da véspera.
O real ainda continua sua marcha da desvalorização, mas com alguns fatores atenuantes. Eis os principais:
* A alta inesperada das taxas de juros do overnight lastreado em títulos federais
* As operações de arbitragem entre os mercados à vista e de futuros. A cotação do câmbio futuro ficou na terça-feira bem abaixo, comparada a do dólar a vista, estimulando a compra do primeiro e a venda do segundo.
* A revisão dos números do fluxo cambial de terça-feira, que apontaram um déficit de US$ 339 milhões e não de US$ 542 milhões, como havia sido divulgado.

Mas enquanto o governo não conseguir recuperar sua credibilidade (mudando a equipe econômica, por exemplo), as entradas de dólar não voltarão e o câmbio continuará sua marcha..

Desemprego atinge a todos segundo o Dieese

O desemprego e a queda de rendimentos já não poupam mais ninguém, de analfabetos a profissionais com alto nível de escolaridade, de novatos a experientes, sejam homens ou mulheres, de todas as idades. De acordo com a Pesquisa do convênio Dieese-Seade divulgada ontem trouxe um retrato de 1998, ano marcado por 12 recordes sucessivos de desocupacão e o pior da história do mercado de trabalho, com redução de 101 mil postos na Grande São Paulo e queda de rendimentos de 3,2%.
O desemprego vem crescendo em todos os niveis de escolaridade, com destaque para os sem instrução (aumento de 26,6%), mas também para qualificação com destaque para os sem instrução (aumento de 26,6%), mas também para os com segundo grau completo (21%), com segundo grau incompleto (19%) e principalmente com terceiro grau incompleto (35,1%). O tempo médio de procura por trabalho em 1998 cresceu acentuadamente em relação a 1997, mas não apenas para os inexperientes (de 21 semanas para 29 semanas). Na média de 1998, os experientes passaram a procurar emprego por 37 semanas, oito a mais do que no ano anterior. Para pessoas com mais de 40 anos, o tempo de procura por uma ocupação saltou de 41 semanas para 53. Chefes de domicílio procuraram colocação por 42 semanas, nove a mais do que no período anterior.
Mais pobres - Em matéria de renda, quase a totalidade dos trabalhadores ficou mais pobre, tivessem eles relações tradicionais de emprego ou não, funções especializadas ou precarias. Os índices já estão deflacionados, ou seja, trata-se de perda real. Assalariados com carteira assinada do setor privado tiveram redução de 3% nos seus ganhos no ano passado.

Volta Índice Geral