Nível de Atividade

 

A Produção Industrial no Brasil

De acordo com o IBGE, os indicadores da produção industrial em abril mostram uma interrupção no processo de recuperação esboçado desde o início do ano. Pela primeira vez em 1998 há uma queda da produção em relação ao mês anterior. Em abril, o setor reduziu em -1,0% sua produção relativamente a março, já descontadas as influências sazonais. Na comparação com abril de 1997, a redução chegou aos -3,1%, ficando o acumulado do primeiro quadrimestre com queda de -1,1%. No ano, a taxa manteve-se estável entre fevereiro (2,8%) e março (2,6%), reduzindo-se para 1,7% em abril. Setorialmente, apenas os bens de capital e os bens de consumo semiduráveis e não duráveis, ambos com taxa de -0,5%, ficaram acima da média global. Os bens de consumo duráveis, que em março tiveram acréscimo de 5,0%, apresentaram o maior nível de queda em abril reduzindo-se em 1,5%, seguidos por bens intermediários (-0,9%), que registraram a sua primeira queda do ano na comparação mês/mês anterior. Os dados da produção industrial no primeiro quadrimestre mostram que a queda na produção no setor de bens de consumo, em especial nos duráveis, que apresenta maior nível de resposta ao comportamento do crédito, vem sendo parcialmente compensado pelo desempenho positivo de vários setores não vinculados diretamente ao consumo final. Os índices regionais revelam que houve uma desaceleração generalizada no ritmo de crescimento da atividade industrial em abril. Neste mês, seis das dez áreas investigadas revelam recuo na produção frente a igual mês do ano passado. As quedas mais importantes situaram-se no Rio Grande do Sul (-9,3%), região Sul (-7,6%) e Santa Catarina (-6,8%). Com taxas negativas figuram, ainda, São Paulo (-4,2%), Paraná (-4,0%) e Bahia (-0,3%). A indústria de Pernambuco foi a que registrou a maior expansão (6,4%). Em Minas Gerais o aumento foi de 3,6%, no Rio de Janeiro de 2,2% e no Nordeste de 0,6%. Já em maio, a indústria demonstrou ter indicadores de produção positivos: frente a abril, , a taxa alcançou a marca dos 4,1% desassonalizados. Em comparação com maio do ano passado, o crescimento ficou em 2,2%. Dessa forma, o indicador acumulado muda de -1,0% em abril para -0,3% neste mês de maio. A taxa anualizada, indicador dos últimos doze meses, ficou estabilizada nestes dois últimos meses em 1,7%. O comportamento positivo de maio deve-se não só a manutenção dos resultados favoráveis no setor de bens de capital, mas graças também a uma reação observada no segmento de bens de consumo, especialmente na área dos não-duráveis. A recuperação da produção industrial parece ser generalizada, embora quando se considera setorialmente, o acréscimo mais significativo fica com bens de capital (6,1%), que amplia sua produção pelo terceiro mês consecutivo, acumulando entre fevereiro e maio desse ano um aumento de 11,6%, que supera largamente o observado para a indústria como um todo (4,9%). O setor de bens de consumo duráveis, o mais atingido pela redução no ritmo de atividade a partir de outubro do ano passado, registrou acréscimo de 5,6% na comparação maio 98/abril 98, embora ainda se situe bem abaixo do nível observado em outubro passado (-13,8%). O setor de bens intermediários, com crescimento de 2,4%, é o único com taxa inferior à da indústria geral (4,1%). A produção de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis mostra crescimento de 4,4% e alcança em maio seu nível de produção mais elevado de toda a série histórica, apoiada sobretudo no comportamento do subsetor de não duráveis. Nos cinco primeiros meses do ano a produção industrial praticamente repetiu o patamar de igual período de 1997, com a taxa global ficando em -0,3%. Embora a maioria (treze) dos ramos tenha apresentado queda na produção, são os resultados de material elétrico e de comunicações (-10,5%), têxtil (-12,5%) e material de transporte (-6,2%), que exercem as maiores pressões negativas. Entre as indústrias com desempenho positivo, destacam-se química (6,6%), extrativa mineral (8,6%) e produtos alimentares (4,6%). Segundo categorias de uso, a liderança do crescimento fica com bens de capital (7,9%), vindo a seguir bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (1,0%). A produção de bens intermediários apresenta resultado idêntico ao da média global da indústria (-0,3%). Já os bens de consumo duráveis acusam o pior resultado (-19,3%) do período, em função da performance de eletrodomésticos (-29,7%) e de automóveis (-15,2%). Em síntese, os números para maio confirmam a liderança da área de bens de capital no comportamento da atividade fabril nos meses iniciais de 1998, e sinalizam uma recuperação mais significativa na área de bens de consumo não-duráveis. Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis, que tem forte encadeamento intra-industrial, vem reagindo muito lentamente, amortecendo assim o movimento de recuperação mais geral da indústria


O desempenho da Indústria Paulista

 

O INA da FIESP aponta para uma queda do nível de atividade em maio.O INA apresentou uma redução de 5,8% - taxa dessazonalizada - em maio, ante abril -Segundo a FIESP, esta redução teria decorrido do esgotamento do movimento de reposição de estoques que prevaleceu até o mês de abril.

Segundo a FCESP, o faturamento real do comércio varejista registrou uma redução de 3,6% - taxa dessazonalizada - em maio, ante abril. No ano a queda acumulada do faturamento real é de 11,2%. Os destaques de queda no período são o comércio automotivo e materiais de construção. Os resultados negativos das vendas de autoveículos têm se refletido na evolução da produção, que tem registrado quedas sucessivas ao longo de 1998, em comparação com 97. Segundo a ANFAVEA, no acumulado janeiro/maio a produção de autoveículos apresentou uma queda de 14%, contra igual período do ano anterior.

 

Desemprego em Maio: o segundo pior

Segundo o IBGE, o índice de desemprego aberto em maio foi o segundo pior na história desse indicador: alcançou 8,20%, superando o de abril, de 7,94%, e o de maio do ano passado, de 6%. Até agora, o índice mais alto tinha sido de 8,28%, em maio de 84. Em São Paulo, o desemprego chegou a 9,11% em maio, ante 8,56% em abril e 6,90% em maio de 97. A situação mostrou-se mais grave em Recife, com índice de 9,75%, e em Salvador, com 9,62%. A População Economicamente Ativa (PEA), formada pelas pessoas que trabalham e pelos desempregados que estão buscando emprego, aumentou 2,5% em relação a maio de 97, em decorrência do crescimento de 40,2% na quantidade de trabalhadores procurando emprego. Em relação a maio de 97, mais 438.437 pessoas entraram no mercado de trabalho, das quais 420.720 estavam procurando trabalho. De março para abril, o rendimento médio real (descontada a inflação) das pessoas procurando trabalho caiu 1,2%, mas cresceu 0,4% ante abril de 97. Por setor, os empregados da área de serviços tiveram aumento de rendimento de 2,4% e os da indústria de transformação, de 0,4%. Na construção civil e no comércio, houve queda de 13,6% e 5,1%, respectivamente.

Já os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, da Fundação Seade e do Dieese, indicam que a taxa de desemprego total manteve-se estabilizada em 18,9% da População Economicamente Ativa (PEA). Pelo segundo mês consecutivo, o nível de ocupação apresentou pequeno aumento (0,3%). Em maio, esta performance foi determinada basicamente pela expansão do nível ocupacional no Comércio. A Indústria reduziu seu número de ocupados, eliminando 17.000 postos de trabalho, no mês em análise. Esses dados referem-se, portanto, a uma estabilidade relativa em um alto patamar do nível de desemprego.

 

 

DESEMPREGO

Indicadores

Mai-97

Abr-98

Mai-98

Em 1.000 pessoas

População Economicamente Ativa

8.669

8.722

8.749

Desempregados

Total

1.387

1.648

1.654

Aberto

928

1.090

1.085

Oculto

459

558

569

Taxa de Participação (%)

Total

62,4

61,9

62,0

Taxas de Desemprego (%)

Total

16,0

18,9

18,9

Aberto

10,7

12,5

12,4

Oculto

5,3

6,4

6,5

Fonte : SEP. Convênio SEADE - DIEESE.

 

Em junho Desemprego cai levemente

 

De acordo com o IBGE , a taxa média de desemprego aberto em junho, nas seis maiores regiões metropolitanas do País, em relação ao mês anterior, caiu ligeiramente, passando de 8,2% para 7,9%. Em relação às regiões metropolitanas, as taxas observadas em junho foram de 9,86% para Salvador, 9,57% para Recife, 8,57% para São Paulo, 7,65% para Belo Horizonte, 7,37% para Porto Alegre e 5,99% para o Rio de Janeiro. As variações de maio para junho foram negativas em quatro das seis regiões, isto é, apenas em Belo Horizonte e em Salvador ocorreu ligeiro acréscimo.

No conjunto das seis regiões pesquisadas, no período, em média, tivemos 53,7% das pessoas ocupadas trabalhando no setor de serviços, 17,1% na indústria de transformação, 15,2% no comércio, 7% na construção civil e 7% no setor de outras atividades. Enquanto o percentual para o setor de serviços foi o maior, o da indústria foi o menor, na comparação de iguais períodos, de 1983 até hoje. Da mesma forma, observamos os maiores percentuais para os empregados sem carteira assinada, 25,2% e para as pessoas que trabalharam por conta própria, 23% e o menor para os empregados com carteira de trabalho assinada, 46,2%.

 

Pesquisa Mensal De Emprego
Estimativas Do Mês De Junho De 1998

O rendimento médio real das pessoas ocupadas, de abril para maio deste ano, caiu 1,4%, devido à variação dos rendimentos das pessoas que trabalharam por conta própria, -2,3% e dos empregados sem carteira de trabalho assinada, -1,7%, uma vez que o rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada aumentou ligeiramente, 0,4%. Em termos nominais, o rendimento médio dos empregados com carteira de trabalho assinada situou-se em R$ 677,37, o dos empregados sem carteira de trabalho assinada em R$ 526,19 e o das pessoas que trabalharam por conta própria em R$ 561,24.

A procura de trabalho cresceu mais intensivamente na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, de Recife e de Belo Horizonte. Considerando a ocupação, apenas as regiões de Recife e de Porto Alegre apresentaram variações positivas. A média da taxa de desemprego aberto, no conjunto das seis regiões pesquisadas, situou-se em 7,81%, aumentando 2,07 pontos percentuais.

 

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