Nível de Atividade
Os indicadores da produção industrial , como reflexo da política econômica adotada pelo governo, tem sido negativos neste período. Em julho , segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial teve uma redução de 2,5% em relação a junho. Também os indicadores industriais da CNI indicam queda das vendas em julho de 6,5% em comparação com junho. Por outro lado, segundo dados da FIESP. a indústria paulista demitiu em agosto 57632 mil trabalhadores, que representa queda de 2,51% no nível de emprego, o maior número de dispensas no setor deste janeiro de 1991, no governo Collor. No acumulado do ano a taxa é negativa em 3,11%, com a eliminação de 72,39 mil postos de trabalho. Dados do IBGE para agosto apontam uma diminuição de 93133 empregados com carteira assinada , com certo aumento dos trabalhadores sem carteira. Segundo a 116a. Sondagem Conjuntural da Industria de Transformação da pesquisa da FGV o nível médio de capacidade instalada da indústria encolheu 3 pontos comerciais entre abril e julho. O comércio, que reage antes da indústria em períodos de retração da demanda, sofre uma queda sistemática de vendas desde o primeiro semestre. Em pesquisa realizada pela Federação do comércio de São Paulo constatou-se uma redução de 4% das vendas em agosto em comparação com julho. O setor que apresentou maior queda foi o automobilístico, com 7% de redução seguido pelo de eletroletrônicos e móveis, com queda de 4%. Produtos de vestuário, alimentos e higiene e limpeza também apresentaram queda de 3%.
O aumento nos níveis de desemprego aberto ,divulgada pelo IBGE, decorrente dessa situação de desaceleração do crescimento, já é preocupante. Em julho a taxa foi de 4,83% em relação a junho e em agosto foi de 4,9% em relação a agosto. Apesar disso, os dados sobre rendimento real médio das pessoas ocupadas , deflacionados pelo INPC , indicam um aumento de 23,3% de junho do ano passado para junho desse ano. Isto talvez explique, em parte, o fato de a queda do nível de atividade e vendas tenha sido ainda reduzida em relação ao peso das medidas de restrição ao crédito e consumo adotadas pelo governo.
Também o PIB trimestral referente ao trimestre abril - junho apresentou queda de 3,9% , refletindo o fato de que a desaceleraçào não se restringe ao setor industrial e ao comércio, mas atingiu também pesadamente a agricultura, que teve uma redução de 1,71%.