Setor Externo

 

Balança Comercial: Déficit se mantém em Maio

 

A balança comercial acusou em maio um déficit (importações superiores às exportações) de US$ 333 milhões. É o 24º resultado negativo consecutivo nas transações comerciais do País com seus parceiros do mercado internacional, pois a balança comercial apresentou o seu mais recente superávit em maio de 1996, quando as exportações (US$ 4,506 bilhões) superaram as importações (US$ 4,238 bilhões) em US$ 268 milhões. Neste ano o saldo negativo acumulado nos cinco primeiros meses subiu para US$ 2,073 bilhões O resultado de maio foi pior do que o de maio de 1997, quando houve déficit de US$ 101 milhões. No início do ano, a equipe econômica calculou para 1998 um déficit comercial de 50% dos US$ 8,367 bilhões obtidos em 1997. Se os cálculos da equipe econômica estivessem certos, o saldo negativo produzido até maio não deveria ter superado a casa de US$ 1,7 bilhão. Isto se imaginarmos uma progressão linear do déficit ao longo do ano, o que não é verdade. O primeiro semestre do ano é sempre um período mais favorável para a balança comercial, que tende a apresentar resultados piores no segundo semestre, principalmente a partir de setembro, quando diminui o volume de embarque de produtos agrícolas.

As exportações registradas em maio foram de US$ 4,609 milhões, segundo os dados do MICT. Elas apresentaram ligeiro crescimento (0,8%) em relação a abril (US$ 4,572 milhões), que teve o mesmo número de dias úteis. Em relação a maio do ano passado (US$ 4,658 bilhões), houve queda de 1,05 %. O resultado acumulado nos cinco primeiros meses do ano foi mais positivo: os US$ 21,083 bilhões de exportações desse período ficaram 5,7% acima dos US$ 19,943 bilhões registrados de janeiro a maio de 1997.

O ritmo de crescimento das exportações de manufaturados ficou um pouco menor em maio, De janeiro a abril, as exportações totais cresceram 16% ao ano, comparando com o mesmo período do ano passado, excluídos os resultados de soja e café. Incluindo na comparação o mês de maio e mantendo soja e café fora do cálculo, o crescimento cai para um percentual de 12,5%.

 

Em Junho, Superávit Comercial não elimina Déficit em Transações Correntes

 

 

Em junho , as exportações registraram o valor global de US$ 4.886 milhões, com média diária de US$ 232,7 milhões, para importações de US$ 4.844 milhões (média diária de US$ 232,1 milhões), o que resultou em um superávit de US$ 42 milhões, o primeiro saldo positivo registrado na balança brasileira desde maio de 1996. Este comportamento da Balança Comercial , em que se observa um leve aumento das exportações em conjunto com uma pequena queda das importações, está relacionado com o impacto das medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise asiática , gerando queda demanda interna.

 

Balança Comercial - Janeiro/Junho-1998/97
US$ milhões FOB

&

 

 

 

 

Neste mês , destacaram-se as exportações do setor de semi-manufaturados, com crescimento de 11,1%, para o que contribuíram, sobretudo, as exportações de celulose, óleo de soja e açúcar em bruto. Nos manufaturados, cujas vendas aumentaram ampliaram em 7,8% sobre junho/97, cabe apontar como mais importantes os automóveis, suco de laranja, aviões, veículos de carga e aparelhos transmissores/receptores. O setor de básicos, influenciado principalmente pela forte queda nas cotações externas de soja (40% para o farelo e 20% para o grão) e café (34%), apresentou receita 13,2% inferior à realizada em igual mês de 1997.

Em junho, permaneceu, no entanto, um significativo déficit em transações correntes que alcançou US$ 2,6 bilhões.

 

O impacto da "Crise Asiática"

 

A crise asiática afetou negativamente as exportações brasileiras para seu mais importante mercado na região, o Japão. No primeiro quadrimestre, elas apresentaram queda de 17,5% em relação ao mesmo período de 97. Essa queda não reflete ainda a recessão da economia japonesa, cujos efeitos só poderão ser melhor mensurados nos próximos meses.

No primeiro quadrimestre deste ano houve uma queda de 18,2% nas exportações para os países asiáticos. Desse total, cinco países - Coréia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Indonésia - responderam por 43,5% da queda. Os produtos mais afetados foram minério de ferro, aço, alumínio, soja em grão, celulose, café, couros e peles e carne de frango.

Há dois anos atrás, os asiáticos tinham uma parcela de 18% nas exportações brasileiras. No primeiro quadrimestre deste ano, essa participação teve uma retração de 13,7% para 10,4%.

Comparando-se o primeiro trimestre de 1998 com o mesmo período de 1997, as exportações globais de bens manufaturados cresceram 19%. Levando-se em conta os cinco países que desvalorizaram suas moedas (Malásia, Indonésia, Tailândia, Coréia do Sul e Filipinas), as exportações caíram 31% e as importações diminuíram 21%. O comércio como um todo foi afetado já que os mecanismos de crédito - que financiavam o comércio exterior das economias asiáticas - foram atingidos.

 

A perda da competitividade

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) - Desempenho Exportador da Indústria Brasileira - mostra que o Brasil vem perdendo mercado externo para seus produtos por falta de competitividade generalizada. Dos 151 grupos de bens manufaturados da Classificação Uniforme de Comércio Internacional, o País garantiu seu poder de concorrência em apenas 49, ou 32% do total. O trabalho apresenta um quadro comparativo entre 1989 e 1995 das exportações de manufaturados de 85 países para a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne os países desenvolvidos e é responsável por 70% das compras internacionais de manufaturados. Com o objetivo de identificar o nível de competitividade do Brasil, foi feita uma classificação dos produtos em dinâmicos - para os quais a procura cresceu acima da demanda média - e superdinâmicos, para os quais a procura avançou acima de 10%. A conclusão final é que o nível de concorrência do País se elevou nos últimos anos, particularmente entre 1992 e 1995 - e continuou crescendo em 98, segundo o último informe da CNI, mas a um ritmo menor que a de um grande número de países que disputam os mesmos mercados. A pesquisa mostra que a participação brasileira nas compras feitas pela OCDE recuou de 0,57% para 0,39% entre 89 e 95, o que mostra que o Brasil despencou do 26º lugar para o 67º no ranking. Segundo o Departamento de Economia da CNI, o Brasil conseguiu vender produtos dinâmicos para esses mercados, embora em reduzido volume. Outros países foram mais eficientes e ganharam competitividade. Dos 63 produtos considerados dinâmicos, a China, por exemplo, foi a que mais ampliou mercado - avançou em 59 itens. A Índia vem logo a seguir, com 58 produtos, junto com a Indonésia (55) e outros Tigres Asiáticos hoje afetados pela crise, como Malásia e Tailândia. Nesse grupo de produtos, o Brasil ocupa a 47ª posição, com crescimento de mercado para 17 produtos - ao lado da Tanzânia. No caso dos produtos superdinâmicos, a posição brasileira piora. Das 30 mercadorias do conjunto, o País conseguiu ampliar sua participação de mercado em apenas quatro. No ranking, caiu para o 55º lugar, ao lado de Argélia, Líbia e Panamá. No topo da lista figuram novamente China e Índia. O estudo da CNI analisa também os produtos mais procurados pelos países da OCDE. O Brasil fica na 58ª posição, com possibilidade de disputar mercados em apenas 9 de 44 bens manufaturados. Novamente, a liderança pertence à China e, depois, à Índia.   Apesar da alegação da equipe econômica do Governo Federal de que os dados são de 1995, portanto não são mais válidos, isso não é verdade. Para montar o ranking das vantagens comparativas do Brasil é preciso usar os dados de comportamento da demanda nos países da OCDE e os dados disponíveis mais recentes são os de 1995. O estudo da CNI mostra que, mesmo com todas as transformações pelas quais a economia brasileira e a mundial passaram daquele ano em diante, os resultados não ficaram comprometidos, pois se referem a medidas de mais longo prazo, e não a questões apenas conjunturais. De 1992 a 1995, o Brasil melhorou em relação aos produtos superdinâmicos e ficou mais próximo dos produtos dinâmicos do que daqueles que entraram em decadência, como máquinas para indústria de papel e pasta de papel e suas partes, que sofreu um encolhimento de demanda de 20,1%. O estudo mostra também que o Brasil perdeu grandes oportunidades em relação a seis grupos de produtos, ou seja, reduziu sua participação no mercado desses produtos, enquanto a demanda por eles na OCDE aumentava. É o caso de lingotes e outras formas de ferro ou aço, cuja demanda aumentou 14,7%, ao mesmo tempo em que a participação do Brasil nesse mercado caía em 10,5%. O grupo ferro fundido, ferro spiegel, ferro esponjoso, pó de ferro e outros elevou sua demanda em 11,8%, mas a participação brasileira no mercado baixou em 9,8%.

 

O peso da Dívida Externa

 

O serviço da dívida externa, estimada em US$ 200 bilhões em dezembro, é um dos fatores que volta a pesar nas contas externas brasileiras. A partir de 94 a relação do serviço da dívida com o valor das exportações indica deterioração da capacidade de pagamento do Brasil. O peso dos juros e amortizações passou de 38,9% em 94 para os 74% em 97. Isto mostra que a vulnerabilidade externa do País está aumentando, apesar de previsões sempre otimistas da equipe econômica. Esse é um indicador muito importante na análise das contas do Brasil porque demonstra a situação do financiamento da dívida externa voltou a ser um grave problema por conta do aumento do endividamento externo gerado pelo Plano Real.

Além disso, as remessas líquidas de lucros e dividendos continuam crescendo . Em maio elas totalizaram US$ 579 milhões, 33,4% superiores às de maio do ano passado. Os pagamentos líquidos com serviços diversos totalizaram US$ 136 milhões em maio, 31,7% inferiores que no ano anterior, em função do crescimento, de US$ 203 milhões para US$ 280 milhões, nas receitas relativas a fatores de produção. A despesa líquida acumulada no ano totalizou US$ 1 bilhão, dos quais US$ 845 milhões referiram-se a serviços relativos a fatores de produção. Houve queda de 7,6% no resultado líquido de maio em relação a igual mês do ano anterior nas viagens internacionais. O déficit acumulado no ano reduziu-se para US$ 1,5 bilhão, 10,1% abaixo do ocorrido em igual período de 1997. O déficit do item transportes apresentou elevação de 6,3% no mês, na comparação com maio de 1997. O pagamento líquido de juros apresentou redução de 1,5% no mês, comparativamente a maio de 1997, em decorrência de aumento nas receitas. As despesas concentraram-se em juros referentes a notes (US$ 184 milhões) e a financiamentos de longo prazo às importações (US$ 150 milhões).

 

Já em Junho, os pagamentos líquidos de serviços chegaram, a US$ 2,8 bilhões e as transferências unilaterais geraram ingressos líquidos de US$ 148 milhões, semelhante ao valor observado em maio. O pagamento líquido de juros de US$ 1,2 bilhão em junho foi igual ao deste mês em 1997. As remessas de lucros e dividendos foram de US$ 678 milhões, dos quais US$ 277 milhões referentes à distribuição de lucros de subsidiárias e filiais. A maior parte das remessas, portanto, deveu-se a pagamentos de dividendos e bonificações, principalmente os derivados dos anexos I a V (US$ 368 milhões).

 

As despesas líquidas com viagens internacionais reduziram-se 10,2% em relação a junho de 1997, resultado tanto da redução de 2,7% nas despesas quanto do crescimento de 40,2% nas receitas. As despesas líquidas de turismo, item mais importante do setor. maior componente do item viagens internacionais, apresentaram redução de 11,8%, com queda de 3,6% nas despesas e incremento de 40,2% nas receitas. As despesas com cartões de crédito totalizaram US$ 313 milhões, praticamente idênticas às de 1997, enquanto as receitas, que apresentaram crescimento de 132%, alcançaram US$ 65 milhões.

As despesas líquidas de serviços de transportes caíram 6%, seguindo a redução do déficit comercial e o comportamento dos gastos com viagens internacionais.

 

Os serviços diversos apresentaram despesa líquida de US$ 185 milhões. Os itens que mais geraram as receitas foram os serviços administrativos (US$ 116 milhões) e os serviços técnicos especializados (US$ 105 milhões) e, quanto às despesas, as operações de hedge (US$ 95 milhões) e os serviços técnicos especializados (US$ 82 milhões), todos relativos a fatores de produção.

 

Apesar de ganhos em alguns itens, no geral os dados mostram que há uma tendência estrutural de déficit na Balança de Serviços. Este déficit aumentou de US$ 12,1 bilhões em 1994 para US$ 25 bilhões no ano passado. Isso significa que as exportações precisam crescer a ponto de provocar um superávit comercial de US$ 13 bilhões, apenas para não piorar o saldo de transações correntes. Nos últimos anos as privatizações têm atraído dinheiro externo, o que ajudou a atenuar os problemas do balanço de pagamentos do País. Mas com o fim previsto do processo de privatização em 2 anos, a situação pode se inverter, pois as empresas que estão sendo compradas ou montadas com recursos externos passarão a enviar lucros e dividendos para o exterior, aumentando o déficit da conta de serviços. A partir daí tudo vai depender de que a hipótese de que a privatização de serviços públicos aumente a capacidade competitiva das empresas brasileiras seja confirmada.

 

 

 

O fluxo de recursos externos

 

A entrada de recursos externos, em maio , atingiu US$ 9,8 bilhões, 4% superior à de maio de 1997. Os ingressos relativos a investimentos estrangeiros em moeda chegaram a US$ 5,5 bilhões em maio, quase o mesmo valor do mesmo mês do ano anterior, acumulando US$ 24,6 bilhões no ano, comparativamente a US$ 20 bilhões no mesmo período de 1997.

 

Em maio , os investimentos diretos em moeda alcançaram US$ 1,3 bilhão, acumulando US$ 6,2 bilhões no ano, 2,8% acima dos ingressos verificados no mesmo período do ano passado. A captação ocorrida em maio de 1997, superior à deste ano, esteve influenciada pela participação do capital estrangeiro na compra da CVRD. As entradas de capitais estrangeiros destinados à aplicação no mercado acionário atingiram US$ 2,7 bilhões, elevando o total do ano para US$ 13,7 bilhões, quase o mesmo nível do ano anterior. Os ingressos relativos a empréstimos em moeda alcançaram US$ 2 bilhões em maio, 4% acima do verificado em 1997.

Em junho , a captação de recursos externos chegou a US$ 11,1 bilhões, num total de US$ 75,8 bilhões no primeiro semestre, 45,5% superior à do primeiro semestre de 1997, ano em que a entrada de recursos externos já apresentou-se alta em relação aos anos anteriores. Os ingressos na forma de investimentos atingiram US$ 29,6 bilhões no primeiro semestre, com crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 1997. Esse valor refere-se ao montante dos investimentos diretos (US$ 9 bilhões) e, em menor escala, aos ingressos destinados aos fundos de privatização. Além disso, a captação destinada aos fundos de renda fixa - capital estrangeiro foi expressiva (US$ 3,7 bilhões), em razão das transferências de recursos de fundos de investimentos financeiros.

 

Os ingressos relativos a empréstimos em moeda mostraram-se igualmente elevados no primeiro semestre, em comparação a igual período de 1997, com crescimento de 134%, atingindo US$ 31 bilhões. Os ingressos relativos a bônus e notes cresceram 59,8%, alcançando US$ 15,4 bilhões. Igualmente importante foram os aumentos nos empréstimos intercompanhia, de US$ 1,9 bilhão para US$ 4,9 bilhões; nos empréstimos para repasse interno via Resolução nº 63, de US$ 118 milhões para US$ 2,5 bilhões; e, nos empréstimos para repasse à agroindústria (Resolução nº 2.148), de US$ 1,4 bilhão para US$ 7,4 bilhões. Os financiamentos somaram US$ 10,1 bilhões no semestre, contra US$ 8 bilhões em 1997, sendo que os financiamentos registrados atingiram US$ 9,1 bilhões e os autorizados, US$ 995 milhões, comparativamente a US$ 2,8 bilhões e US$ 5,1 bilhões em 1997, respectivamente.

Em junho, os investimentos estrangeiros diretos líquidos alcançaram US$ 3 bilhões, superando em US$ 404 milhões o déficit em transações correntes. Esse montante inclui US$ 1 bilhão vinculado ao processo de privatização.

 

Reservas internacionais e Conta Corrente

Em maio, as reservas internacionais somaram US$ 72 bilhões, no conceito caixa, e US$ 72,8 bilhões, no conceito de liquidez, equivalendo a 14 meses de importação de bens. Em junho , as reservas internacionais totalizaram US$ 70,1 bilhões e US$ 70,9 bilhões, nos conceitos caixa e liquidez internacional, respectivamente, registrando decréscimo de

US$ 1,9 bilhão em relação a maio.

 

 

Balanço de pagamentos - transações correntes

Discriminação

1997*

1998 *

Maio

Jun

Jan-Jun

Maio

Junho

Jan-Jun

Balança comercial

- 101

- 345

-3 752

- 333

42

-2 035

Exportações

4 658

4 843

24 786

4 609

4 886

25 968

Importações

4 759

5 188

28 538

4 942

4 844

28 003

Serviços (líquido)

-1 923

-2 312

-12 264

-1 969

-2 783

-12 784

Juros

- 547

-1 210

-4 505

- 539

-1 203

-4 820

Outros 1/

-1 376

-1 102

-7 759

-1 430

-1 580

-7 964

Transferências unilaterais

181

176

1 164

149

148

917

Transações correntes

-1 843

-2481

-14 852

-2 153

-2 592

-13 903

Trans. correntes/PIB (%)

-

-3,80

-

-3,59

Fonte: Banco Central

Por outro lado, em maio o saldo da conta corrente foi deficitário em US$ 2,153 bilhões, compreendendo déficit comercial de US$ 333 milhões, déficit na conta serviços de US$ 1,969 bilhões e superávit de US$ 149 milhões nas transferências unilaterais.

Parte substancial do déficit em transações correntes em maio (59,9%) foi financiada por ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, no montante de US$ 1,3 bilhão, os quais já totalizam US$ 5,5 bilhões, no ano.

Em junho , o déficit alcançou US$ 2,6 bilhões compreendendo superávit comercial de US$ 42 milhões, déficit na conta serviços de US$ 2,783 bilhões e superávit de US$ 148 milhões nas transferências unilaterais. O déficit foi financiado em sua totalidade pelos investimentos estrangeiros diretos líquidos.

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