I- O Nível de Preços em BH

 

 

O nível de preços no município de Belo Horizonte durante o mês de junho de 1998, apresentou uma queda, conforme pode-se verificar na Tabela e Gráfico 1 a seguir.

Segundo o IPEAD/UFMG a média mensal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo -IPCA, que mede os gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, no mesmo período em pauta foi de 0,08%, contra 0,63% no mês de maio. Dos itens que apresentaram maior queda e, que formam o IPCA, destacaram-se os produtos alimentares (-) 2,45%, alimentação bar e lanchonete (-) 1.84% e os produtos "in natura" (-) 1,41%, sendo as maiores altas verificadas nos artigos de residência 1,27%, vestuário e calçados 0,71% e produtos de elaboração primária 0,50%. Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor Restrito - IPCR, que mede os gastos das famílias de 1 a 8 salários mínimos, mostrou uma variação também de (-) 0,08%, contra 0,87% no mês de maio. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,63%.

 

TABELA - 1

 

EVOLUÇÃO DO IPCA/ IPCR EM BELO

HORIZONTE - MAR./97 A FEV/98

MESES

IPCR

IPCA

Jul/97

-0,15

-0,09

Ago/97

0,01

0,03

Set/97

0,26

0,19

Out/97

0,81

0,62

Nov/97

0,44

0,32

Dez/97

1,03

0,81

Jan/98

1,10

0,77

Fev/98

1,11

0,14

Mar/98

0,17

-0,04

Abr/98

Mai/98

Jun/98

0,41

0,87

-0,08

0,28

0,63

-0,08

 

Fonte: IPEAD/UFMG

 

 

GRÁFICO - 1

Houve uma pequena reversão na elevação dos preços dos alimentos sobre a variação dos índices de preços. Em nossa última análise havíamos destacado a pressão de tais produtos em quase todas as regiões metropolitanas do país, ocasionada especialmente pelos efeitos do El Niño, sendo que dentre eles, o feijão carioquinha foi um de grande peso.

 

II - Cesta Básica em Elevação

 

O custo da Cesta Básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, definida pelo Decreto Lei 399/38, calculado pelo IPEAD/UFMG, apresentou uma variação de 2,13% no mês de junho de 1998, contra 8,31% verificado no mês anterior. O valor da cesta básicas em março ficou em R$ 90,17 (noventa reais e dezesete centavos), sendo que no mês de fevereiro era de R$92,13 (noventa e dois reais e treze centavos), segundo o IPEAD.

 

GRÁFICO - 2

 

III - Preços dos Aluguéis Residenciais*

 

De acordo como IPEAD, no mês de junho, os aluguéis residenciais voltaram a cair (-0,85%). Esta queda foi provocada pela redução nos aluguéis de apartamentos (-1,58%) que, por ser o tipo de maior peso na oferta residencial mais do que compensou as recuperações nos valores médios das casas (0,57%) e barracões (1,35%).

 

Aluguéis Residenciais de Imóveis em Oferta

 

Valores Médios em Reais

Belo Horizonte - Junho/1998

 

Imóvel

Bairros por Classes Bairro por Classe de Renda

Popular

Médio

Alto

Luxo

Barracões

1 Quarto

192,43

(109)

218,24

(51)

236,48

(11)

-

( 1 )

2 quartos ou mais

254,60

(56)

275,25

(53)

300,00

( 9 )

-

Z

Casas

1 Quarto

258,75

( 8 )

301,00

(10)

318,00

( 5 )

-

( 1 )

2 quartos

314,35

(68)

351,76

(51)

454,89

(15)

-

( 1 )

3 Quartos e 1 Banho

402,25

(38)

462,49

(39)

691,36

(11)

-

( 2 )

3 Quartos e 2 Banhos

520,45

(19)

798,95

(19)

1.059,09

(11)

1.438,89

( 9 )

4 Quartos e 2 Banhos

495,56

( 9 )

658,33

( 6 )

-

( 3 )

2.275,00

( 5 )

Acima de 4 Quartos e 2 Banhos

727,13

( 4 )

1.256,25

( 8 )

1.620,00

( 5 )

2.666,67

( 9 )

Apartamentos

 

 

 

 

1 Quarto

229,83

( 9 )

267,75

(69)

324,76

(21)

487,24

(29)

2 Quartos

304,01

(116)

350,55

(212)

405,41

(109)

516,82

(88)

3 Quartos e 1 Banho

339,54

(47)

403,32

(158)

440,79

(76)

554,49

(49)

3 Quartos e 2 Banhos

451,31

(36)

501,48

(111)

545,97

(139)

734,54

(141)

4 Quartos e 2 Banhos

-

( 2 )

718,57

( 7 )

984,17

(24)

1.180,14

(70)

Acima de 4 Quartos e 2 Banhos

-

Z

-

( 2 )

1.190,00

(10)

2.050,00

(42)

Fonte: IPEAD-MG

1) Os números em parenteses abaixo dos valores indicam o número de observações usadas para cálculo das médias.
2) Só publicamos valores médios acima de 3 observações.
3) Quando o número de observações for zero indicaremos por Z.

 

A pesquisa de Mercado Imobiliário do IPEAD apontou que a oferta residencial continua a aumentar (2,41%). Constantou-se que as casas apresentam uma queda de 7,16%, mas esse crescimento da oferta residencial foi garantido pela elevação da oferta de apartamentos (2,51%) e, principalmente, barracões (16,87%).

Um aspecto importante dos resultados da pesquisa está em mostrar que , além do grande crescimento da oferta de barracões, é o crescimento da oferta de apartamentos de primeira locação que tem puxado o crescimento da oferta. Nos bairros da classe popular a primeira locação chegou a responder por 9,57% da oferta de apartamentos. No 1o. semestre de 98, por outro lado, os imóveis residenciais apresentaram uma queda de 2,78% nos aluguéis, revertendo a recuperação do primeiro trimestre, e com aumento de oferta de 1,26%, revertendo as quedas sofridas em janeiro e fevereiro .

 

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