Economia de Belo Horizonte

 

 

BELO HORIZONTE: ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR NOS MESES DE NOVEMBRO DE 1997 A JANEIRO DE 1998

O nível de preços no município de Belo Horizonte durante os mês de dezembro de 1997, apresentou uma elevação, quando comparado aos mês de outubro, conforme pode-se verificar na Tabela e Gráfico 1 a seguir.

Segundo o IPEAD a média mensal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede os gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, no mesmo período em pauta foi de 0,81%, contra 0,32% no mês de novembro daquele ano. Em outubro como visto, ocorrera uma queda dos índice de preços no Município, sendo esta elevação verificada nos meses subsequentes provocadas pelo aquecimento do comércio de final de ano. Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor Restrito, que mede os gastos das famílias de 1 a 8 salários mínimos, mostrou uma variação de 1,03%, contra 0,44 no mês de novembro do mesmo ano. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,98%

TABELA - 1

EVOLUÇÃO MENSAL DO IPCR E DO IPCA DE BH

MESES

IPCR

IPCA

Fev/97

1,35

0,88

Mar/97

0,05

-0,06

Abr/97

0,57

0,69

Mai/97

0,31

0,55

Jun/97

-0,01

0,17

Jul/97

-0,15

-0,09

Ago/97

0,01

0,03

Set/97

0,26

0,19

Out/97

0,81

0,62

Nov/97

0,44

0,32

Dez/97

1,03

0,81

Jan/97

1,10(*)

0,77

12meses

4,98

FONTE: IPEAD/CEDEPLAR/UFMG

(*) Terceira quadrissemana de janeiro

Proporcionalmente como pode-se verificar houve uma variação mais significativa do IPCR em relação ao IPCA em dezembro, ou seja, 1,03%, contra 0,81. A despeito das avaliações pessimistas sobre a economia brasileira, após o pacote de outubro daquele ano, as festas natalinas contribuíram de maneira clara para o reaquecimento dos preços, conseqüência do próprio reaquecimento do comércio varejista em Belo Horizonte..

O aumento da inflação verificado nos meses de novembro e dezembro permaneceu com ligeira variação em termos de IPCR. Conforme dados do IPEAD na terceira quadrissemana de janeiro de 1998, este foi de 1,10%, contra os 1,03% apontados anteriormente no mês de dezembro. Já o IPCA apresentou em janeiro uma pequena queda em relação ao período anterior, ou seja, de 0,77%, contra o,81%.

GRÁFICO - 1

 

Enquanto que no mês de dezembro dos onze itens agregados que formam o IPCA, destacou-se a elevação dos produtos "in natura" 6,12% e, nos serviços públicos 1,49%, na terceira quadrissemana do mês de janeiro de 1998, destacam-se os primeiros citados, 9,58% e, as despesas pessoais, que conforme a pesquisa do IPEAD sofreram uma forte influência do aumento dos preços dos cigarros, ou seja, de 15,01%.

 

CESTA BÁSICA: Variação em Percentual e valores em Reais

O custo da Cesta Básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, definida pelo Decreto Lei 399/38, calculado pelo IPEAD/UFMG, apresentou uma variação de 6,61% no mês de dezembro de 1997, contra 0,54% verificado no mês anterior. O valor da cesta em dezembro ficou em R$ 76,07 (setenta e seis reais e sete centavos), enquanto que no mês de novembro seu valor era de R$ 71,35 (setenta e um reais e trinta e cinco centavos, segundo o referido Instituto. Foi uma das maiores elevações da Cesta Básica já verificada desde fevereiro de 1996 e foi como se pode observar na Tabela 2 a seguir, fortemente influenciada pelas altas de preços do tomate e da batata inglesa que juntos, segundo a pesquisa, contribuíram com 78% da variação dos preços. A menor alta verificada foi do Café em pó, (-)2,37% e do Leite tipo C (-)0,26%, sendo a variação acumulada do valor da Cesta Básica em Belo Horizonte no ano de 1997 de 5,39%, isto é, inferior a variação do Salário Mínimo, base de cálculo da mesma, que foi de 7,14%.

TABELA - 2

VARIAÇÃO DO VALOR DA CESTA BÁSICA EM BELO

HORIZONTE - DEZEMBRO DE 1997

PRODUTOS

Variação %

Valor em R$

Qtidade

Acúcar Cristal

3,05

1,52

3.0 Kg

Carne de segunda

1,54

16,72

6.0 kg

Óleo de Soja

14,49

1,22

900 ml

Arroz

0,54

2,55

3.0 Kg

Batata inglesa

18,65

5,68

6.0 Kg

Manteiga

2,22

4,57

0.75 kg

Banana caturra

0,10

7,09

7.5 dz

Farinha de trigo

0,54

0,97

1.5 kg

Tomate Santa Cruz

40,99

9,65

9.0 Kg

Feijão carioquinha

4,46

4,62

4.5 Kg

Café em pó

-2,37

2,24

0.6 Kg

Pão francês

2,38

13,46

6.0 Kg

Leite tipo C

-0,26

5,78

7.5 L

FONTE: IPEAD/CEDEPLAR/UFMG

 

Os efeitos climáticos do fenômeno do "el nin’o" poderão gerar uma elevação de alguns produtos que compõem a Cesta Básica, especialmente do tomate, batata e do feijão. Uma perspectiva de compensação, seria o reajuste do Salário Mínimo previsto para maio próximo, que nas declarações do Governo Federal, deverão situar-se próximo do 6%.

 

GRÁFICO - 2

 

OS INDICADORES DO MERCADO IMOBILIÁRIO: Os preços em queda dos Aluguéis Residenciais

A Tabela 3 a seguir demonstra claramente a queda de quase todos os preços dos aluguéis residenciais no Município, no mês de novembro em relação a pesquisa realizada em setembro de 1997. Exceto no caso dos Barracões, que apresentaram uma variação para mais em torno de 2,5%, os demais preços caíram, em alguns casos muito acentuada, como foi o caso das casas de 3 quartos e dois banheiros (-) 23,65%. Segundo a pesquisa do IPEAD em termos percentuais os imóveis residenciais para a primeira locação apresentaram uma pequena alta de 0,56%.

Os aluguéis dos imóveis comerciais para primeira locação recrudescerem também os seus preços em novembro. Nos meses anteriores apresentaram alta, ou seja, no mês de setembro de 2,5% junho e de 3,69% em outubro, porém tornam a cair em novembro, 2,78%.

Dentre os fatores que contribuíram para a queda de dos preços dos aluguéis tanto residenciais, como numa menor proporção os comerciais, pode-se destacar o aumento da oferta. Só no mês de outubro o índice de variação da oferta de imóveis residenciais no Município foi de 6,06% e de 2,33% em novembro.

TABELA - 3

VALORES MÉDIOS DOS ALUGUÉIS RESIDENCIAIS EM BELO HORIZONTE - SET/NOV. DE 1997

IMÓVEL

NÚMERO

BAIRRO POR CLASE DE RENDA

DE QUARTOS

Popular

Médio

Alto

Luxo

e Banhos

Set.

Nov.

Set.

Nov.

Set.

Nov.

Set.

Nov.

Barracões

1

210,12

215,59

239,31

244,87

274,17

260,67

(-)

(-)

2 ou +

268,5

260,83

301,33

287,46

282,5

328

(-)

(-)

Casas

1

255

(-)

300

(-)

(-)

(-)

(-)

(-)

2

339,73

332,19

411,62

379,22

378,33

381,67

(-)

(-)

3 e 1

437,41

454,28

537,72

514,22

856,67

813,75

(-)

(-)

3 e 2

603,85

558,36

700

534,44

1041,11

1100

1628,3

(-)

4 e 2

583,13

550

748,89

798,33

1214,29

1416,7

2232,9

2175,8

Acima 4 e 2

(-)

(-)

1200

(-)

1810

18320

2631,3

2810

Apartamentos

1

250,83

238,82

267,04

286,39

327,11

324,38

517,14

512,31

2

322,83

306,62

378,29

369,99

454,85

445,38

594,19

562,86

3 e 1

394,76

378,4

450,17

456,45

521,34

550,69

637,47

640,47

3 e 2

439,18

484,74

534,21

486,22

586,18

620,67

725,88

712,14

4 e 2

470

475

613,78

619,57

788,82

765,23

1277,3

1280,43

Acima 4 e 2

(-)

(-)

740

782,5

(-)

(-)

1439,1

1554,44

FONTE: IPEAD/CEDEPLAR/UFMG

(-) Dado não disponível no nível

 

Enfim, o mercado de locação de imóveis em Belo Horizonte desde a pesquisa do IPEAD de setembro está passando por uma situação atípica, especialmente neste mês de janeiro, que apesar de não ter sido divulgada na íntegra os dados, já parcialmente, demonstram quedas significativas. Fruto de um ajuste previsto pelos especialistas desde o início do Plano Real, assim como do aumento da oferta de apartamentos e de casas no último trimestre de 1997.

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