Conjuntura de Belo Horizonte

A Evolução da Inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, que mede os gastos da famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em Belo Horizonte, apresentou uma variação de 1,24%, contra 1,44% na segunda quadrissemana do mês de novembro, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas - IPEAD/UFMG.

As maiores altas ficaram neste período com os produtos alimentares de elaboração primária (2,94%), sendo o grande impacto nesse grupo causado pelo aumento nos preços das carnes(5,50%). Os produtos “in natura” também se destacaram-se (3,06%) junto com os encargos e manutenção da habitação (2,16%); neste grupo os aluguéis residenciais, em que pese a estabilização dos preços e as significativas quedas recentemente, continua como componente pressionador dos custos com a habitação.

Os produtos “in natura” que haviam caído bastante em outubro, voltaram a crescer, sendo que as maiores quedas verificadas até a 3a quadrissemana de novembro ficaram com saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, transporte, comunicação, energia e IPTU.

Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor Restrito - IPCR, que refere-se às famílias com renda de 1 a 8 salários mínimos, a elevação apresentada no mesmo período foi de 1,32%, contra 1,49%.

Apesar da elevação verificada nos níveis de preços de Belo Horizonte no mês de outubro, provocada mais especificamente pelos preços dos combustíveis, aluguéis residenciais, a chegada do natal não afetou, como era esperado, os preços, o que comprova a eficiência do arrocho implantado no crédito e consumo de um modo geral. Mesmo considerando as últimas deliberação do Conselho Monetário Nacional, que afrouxou um pouco o aperto do crédito na proximidades do natal, pode-se estimar que a inflação no Município, medida pelo IPCA tende a permanecer sob controle, acompanhando a tendência nacional.

Outro fator importante que, já foi levantado anteriormente é que os aluguéis residenciais e os preços dos automóveis usados, dentre outros que contribuíram significativamente para a alta da inflação em Belo Horizonte, encontram-se neste momento em verdadeira queda.

Comércio Varejista:
Cai a inadimplência e Consumo

Prevê-se um natal em Belo Horizonte, como em quase todo o país, com um cenário bastante diferente, em relação ao de 1994, quando a nova moeda já havia sido introduzida, mas o comércio ainda estava aquecido em função da estabilidade da moeda. Como já havíamos citado no Ecosys anterior, o consumidor está muito atento, criterioso e bastante seletivo nas suas compras.

No setor de brinquedos, que costuma ser um termômetro do aquecimento do consumo neste final de ano, a situação é a mesma. Outro que vem surpreendendo os lojistas é o de eletrodomésticos, que estava com as vendas bem mais elevadas, antes da chegada do natal.

Se por um lado ocorreu uma redução do consumo, por outro, caiu também o número de inadimplências em Belo Horizonte que estavam muito elevadas, ao ponto de levar a capital à posição de quase recordista nos últimos meses. No caso do comércio do Município, segundo o CDL - Câmara de Diretores Lojistas, a campanha de valorização do crédito, em outubro, resultou na retirada de aproximadamente 8.273 nomes do SPC - Serviço de Proteção ao Crédito, em que pese no período de janeiro a outubro o registro de novos nomes ter crescido em 144%., ou seja, de 95.928 para 234.313 nomes.

O momento é de aguardar as novas medidas adotadas pelo CMN e, verificar se terão alguma ressonância sobre a evolução das vendas, o que até o momento pelos indicadores do comércio, aparenta uma certa anomalia em relação ao mesmo período de 1994.

A Pesquisa Mensal de Emprego e a RMBH

A pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita nas Regiões Metropolitanas de seis capitais brasileiras, mostra que no caso da RMBH, a população ocupada praticamente não alterou entre os meses de agosto e setembro, data da última divulgada.

Conforme os dados apresentados na tabela a seguir, percebe-se que em relação à agosto em quase todas as estimativas não houve significativas alterações, nem mesmo da população desocupada, que passou de 62.401 em agosto para 60.148 em setembro de 95.

A pesquisa demonstrou também que nas seis RM’s, em agosto, 47,94% da população ocupada tinha no máximo a sétima série do primeiro grau. Em Belo Horizonte, a parcela de trabalhadores com curso superior caiu mais que dois pontos percentuais entre 1989 e 1995, passando de 9,58% para 7,45%. Nos últimos doze meses o setor de atividade que mais perdeu em número de trabalhadores foi o da construção civil, que passou de 167.419 pessoas ocupadas para 154.352. O número de empregados sem carteira assinada de setembro de 1994 a setembro do corrente ano, diminuiu de 371.757 para 364.877, em que pese não ter havido um crescimento significativo dos com carteira assinada.

Outro dado relevante da pesquisa é a evidência de uma queda no rendimento médio em reais que passou de R$344,79 em julho\95 para R$343,92 em agosto\95. Houve nos de agosto de 1994 ao mesmo período do corrente ano também uma queda no rendimento médio em salários mínimos de 4,71 para 4,40. A taxa de desemprego aberto segundo a pesquisa, foi de 3,85% em agosto e 3,74% em setembro de 95.

A proposta Orçamentária da PBH para 1996

As estimativas de receita apresentadas pela PBH para aprovação na CMBH, basearam-se nos níveis de arrecadação de julho de 1995, a preços de 01.07.95, contemplando acréscimos reais do IPTU e do ISSQN, decorrentes da ação fiscalizadora da prefeitura e da ampliação da base cadastral.

Incorporam-se também, à receita, os valores provenientes da gestão semi-plena do SUS e dos recursos originários de convênios negociados com o governo federal e estadual, relativos a operações de créditos autorizados por leis municipais. Quanto à fixação da despesa do Município, verificou-se que a estrutura apresentada dos gastos, reforça o caráter social da proposta da atual administração. Do total geral da despesa, R$ 1.315.395.726,00 ( um bilhão, trezentos e quinze milhões, trezentos e noventa e cinco mil, setecentos e vinte e seis reais) , 34,1% foram destinados à área de saúde, 7,7% para pagamento de amortização e encargos da dívida externa e interna da PBH, 13,3% para execução das obras com recursos ordinários do Tesouro, incluindo neste percentual o Orçamento Participativo. Para despesa com pessoal e encargos sociais, foram destinados 55,1% das receitas correntes líquidas, sendo 30,05% para a área de educação, observando-se, em ambos os casos, os limites constitucionais estabelecidos.


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