Editorial

Coordenação do Ecosys

O Brasil vive uma de suas mais graves crises econômicas de sua história. O Plano de Estabilização adotado em 1994 se erodiu, preso nas armadilhas que ele próprio criou, em particular a da chamada "âncora cambial". Como viemos analizando ao longo das edições do Ecosys em 1998, o governo não possuia e não possui um "plano de contingencia" para enfrentar um ataque especulativo contra amoeda. Novamente o Brasil está diante de um dilema: ou cede totalmente seus instrumentos de política econômica ao FMI, sem nenhuma garantia de êxito da política que está sendo "recomendada" pelos agentes econômicos externos, ou tenta manter o controle interno da política econômica, mantendo mecanismos que possibilitam a retaliação do capital financeiro internacional. Vive-se situações até agora identificadas com reações a medidas de ruptura - chegamos a perder temporáriamente até mesmo o crédito interbancário de curto prazo para a importações- sem se conseguir alterar a nosso favor um milímetro do posicionamento dos agentes econômicos internacionais. O governo comemora como grandes vitórias a volta destes créditos - parcial- e uma nova entrada de capital especulativo em busca de taxas de juros altas, mas "com viés de baixa".

Sabe-se, no entanto, que a economia brasileira ainda está muito distante de uma recuperação de suas fontes externas de crédito, e a credibilidade quanto à capacidade de se equacionar a questão das dívidas - interna e exeterna - ainda é muito baixa no exterior. Internamente assiste a uma perda do controle do cenário político e econômico pelo governo, com os conflitos gerados pela pactuação das dívidas de Estados e Municípios. O cenário que se desenha para o próximo período é de uma tenue e relativa estabilização diante das turbulências de janeiro e fevereiro, mas que só parece estar criando as bases para novas - e mais graves - crises.

SIGA

A equipe de professores da PUC responsável pelo Ecosys parabeniza o Gabinete da PBH pela implantação do SIGA, um instrumento dinâmico e fundamental para a informação do cidadão de Belo Horizonte. Esperamos continuar a contribuir nessa tarefa com análises e dados da Conjuntura Econômica nacional, regional e local.

 Voltar ao Índice